domingo, 31 de janeiro de 2010

Ignorante, e morreres?

Antes do mais, venho manifestar a minha sentido repugnância ao novo albúm do famoso cantor FF, O jogo recomeça. Aquilo que é dito no anúncio fere, e muito, a minha integridade física e mental. E quem me conhece sabe porquê! Deixo o anuncio de modo a que quem me conheça perceba:

Entra no jogo! Um bocadinho de respeito comigo por favor!

Mas olhem como ele cresceu! Já tem barba e tudo!

E se entram no jogo, o que me acontece é a morte! É sem dúvida o mais provável. Mas afinal o que é isso da morte? Vejamos que não há ninguém que tenha lá ido e voltado (ok, há quem acredite que sim). E sobre alguns pensarem que ele morreu e ressuscitou, se alguns desses mesmos pensam que ele subiu aos céus em alma, porque não pensar que ele apenas ressuscitou em alma? E afinal é algo que é muito mais palpável: vejamos que após a sua morte houve um espalhar dessa mesma crença, daí uma ressurreição em alma. Faria, a meu ver, muito mais sentido do que uma ressurreição de corpo e alma. Mas, se ele foi mesmo morto duas vezes, porque não pensar que ele estava mal morto.
Se daqui a uns anos com o planeta desabitado aparecessem aqui uns extra-terrestres e o único livro que eles achassem fosse (assim por sorte), por exemplo, o da Lua Nova, eles iam ficar a pensar coisas muito bonitas de nós! Eles tinham dentes grandes e gostavam de comer o sangue uns dos outros. Porreiro pah!
Às vezes gosto mais de pensar na Bíblia como um livro escrito por um príncipe mimado em que, o rei seu pai, de modo a fazer a vontade ao filho, falou do livro e como o rei é quem manda, o povo obedece!

Mas a morte é, como dizia, algo estranho porque ninguém foi e veio (sim, há histórias até de grávidas que deram à luz, morreram e ressuscitaram, mas encaro como sendo algo biológico. Um mecanismo de protecção, porque não?). E afinal o que vem depois da morte?
É um pouco desconfortante, à semelhança do solipsismo, achar que tudo aquilo que somos apenas o não é após a morte. É como se a nossa vida fosse um interruptor que se desliga e não volta a ligar. E talvez devido a toda esta dureza que, na minha opinião, devia ser apenas encarada como parte da vida e não mascarada ocultando o próprio sentido da vida, surjam várias explicações para aquilo que poderá acontecer após a morte. Para uns temos umas 40 virgens à nossa espera, para outros vamos para o céu, para outros reencarnaremos (se nos tivermos portado bem, sob a forma humana, se não podes mesmo reencarnar sob a forma de um animal), etc.

Mas se após a morte tudo fosse assim tão linear, não existiriam suicídios em massa? Acho que o ser humano tem uma osmose vital em ir para o sítio onde está melhor! Se estava melhor morto, porque não irem todos para lá?
Se calhar porque essa realidade post-morte não é muito credível. Aquilo que nós vemos é que as pessoas são, literalmente, enterradas dentro de uma caixa por onde é pouco provável que saiam (mesmo muito improvável!).

O melhor que há a fazer até que essa hora chegue, é viver. Simples, não? O melhor que creio que podemos ter, não querendo (obviamente!) que tal hora se aproxime, é uma morte em que estamos satisfeitos com a vida que tivemos e com aquilo que conseguimos conquistar. Já Camões dizia: E aqueles, que por obras valorosas, se vão da lei da morte libertando.
O melhor que temos a fazer em vida é da lei da morte nos libertarmos.

E o que encontramos depois? Nada. Depois já não somos nada. Só somos alguma coisa se tivermos deixado alguma coisa para os que por cá ficaram, só esses é que depois mexem a máquina, tu depois já só serves de combustível.

Hora de uma grande obra valorosa para outras obras fazer: dormir!

Aplaudam, amigos, a comédia acabou - Ludwig Van Beethoven

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