Hoje o meu raciocínio do dia foi:
Ora bem, estou a vestir o pijama. Para isso, tenho de despir a roupa que tenho. Estou a ouvir música pelos phones mas não quero tirar os phones enquanto oiço música e enquanto dispo a roupa para vestir o pijama. Tenho uma camisola e uma camisa vestida. Em que “posição” tenho de meter o fio dos phones para que não deixe de ouvir música?
Depois de pensar um bocado lá percebi que bastava passar por dentro da gola da camisola e não era preciso passar por dentro da gola da camisa porque a avançada tecnologia da camisa faz com que, quando tem os botões desapertados, não se diferencie o interior do exterior da camisa. E depois pensei a seguinte coisa bonita:
E se por baixo dessa camisa eu tivesse outra camisola e depois outra camisa, etc.?
Na base, estamos a falar de um programa que, representado como uma lista a roupa que tenho vestida, por c uma camisola e por C uma camisa, dado um número n, gera uma lista na forma {C,c,C,c,…} até ao elemento da posição, sendo que, se n fosse par, teria uma camisa visível aos olhos dos outros, caso contrário teria uma camisola.
Fica um bocado óbvio que para um determinado número de peças de roupa eu tinha de fazer “esses” com o fio dos phones, passando por dentro da gola da camisola, passando por baixo da camisa do lado de dentro, passar na gola da outra camisola, etc.
Mas depois o lado filosófico de todo este raciocínio:
Quantas vezes não complicamos nós as coisas (vestimos camisas e camisolas a mais) e damos voltas e voltas à vida (ao fio dos phones) só porque queremos que a vida, tiradas as complicações, fique a mesma (que com ou sem camisas e camisolas seja o mesmo)?
Pode parecer estranho o que digo mas tem a sua lógica. Vejamos o seguinte caso:
Neste momento, sou um estudante universitário no curso de Engenharia Biomédica no IST. Em vez de ir estudar, poderia perfeitamente arranjar um emprego, tratar de arranjar uma casa e orientar a minha vida segundo isso. Não precisava de complicar com o curso.
Mas tenho noção que, acabado o curso, ser-me-á mais fácil e agradável ter um emprego. Afinal é isso que todos queremos: ter um emprego de acordo com o curso que tiramos e orientar a nossa vida, dar-lhe um rumo. Mas primeiro que acertemos que voltas o fio dos phones tem que dar, demora…
Objectivamente falando, estou a falar de, por exemplo, pessoas que mudam n vezes de curso porque não sabem se é esse o emprego que querem ter, pessoa que (como eu) ainda não se encaixaram no ritmo e andam meio abananados, etc.
Um dia destes, a minha tia disse-me o seguinte (acerca do estudo de anatomia e histologia):
Não te expandas muitos no teu estudo…não consultes muitas fontes. Se sabes que tens um livro que tem tudo, guia-te apenas por esse livro. Não vale a pena estar a consultar uma vastidão deles se sabes que todos dizem o mesmo e aquilo que tens mesmo que saber está apenas num.
Esta frase, embora específica, tem a sua lógica. Se não houvesse tanta oferta a nível de ensino, a escolha seria mais simples. Teríamos, por exemplo, que escolher entre engenharia ou medicina. Não teríamos de escolher entre, arrisco-me a dizer, n!*n^n engenharias e n^n cursos relativos à área de saúde.
A escolha é simples, o caminho é duro, mas a meta é porreira pah! Se escolhemos um curso e até que gostamos dele (mesmo sabendo que é difícil) apenas temos de não desistir, reflectir sobre se estamos realmente a trabalhar o suficiente e encarar tal dificuldade como um desafio próprio, uma meta que ou a passo ou esbardalho-me todo.
Há muita coisa a ser feita mas tenho uma vaga impressão que só podemos fazer uma. E essa uma, para a fazer, basta focarmo-nos nela.
Sem as abelhas, o homem pode desaparecer em quatro anos. – Albert Einstein
Sem objectivos, o homem perde-se em si mesmo.
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segunda-feira, 25 de janeiro de 2010
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