domingo, 4 de abril de 2010

Ignorante, olá?

Bem, lembram-se daquela altura em que, para se ligarem à internet, tinham de esticar um fio de 25 metros e 43 centímetros até à ficha telefónica e depois ainda ouviam o computador (ou um aparelhinho que lá estava meio acoplado) a falar com o fio? Em que ouviam algo como: pipipipipipipipipi...(longo silêncio)...pi...pi...pi...
Era nesse tempo que eu tinha de contar o tempo que passava na internet. E em que ainda existiam "sites pesados" e que mal entrava e via que demorava muito, saía logo porque sabiam que eram sites que gostavam de uma factura telefónica recheada (sites com contratos com a PT e coisas assim...)...lembram-se dessas coisas?

Pois bem, agora esqueçam tudo porque não é disso que venho falar. Era só para terem um início melancólico de modo a lerem isto com um pouco mais de entusiasmo! Eu venho falar de uma questão que me preocupa: a apanha da uva! "A apanha da pêra é a apanha da pêra, a apanha da maçã é a apanha da maçã. E a apanha da uva? Ai, ui! A vindima!". Discriminação!

Mas sim, estava a falar a sério! Venho falar da internet! Lembram-se do "mensageiro"? Bem, com a internet dos "pipipi's" eu não o usava. Com esta sim. Não faz "pipipi's", é uma net muito mais social que a anterior que com um ruído daqueles só recorríamos a ela em último caso...a sorte é que estavamos constantemente em "últimos casos".

Pormenor interessante: o que é o messenger? Eu até à minha "infância de 10º ano" encarava o messenger como uma sala em que estavam apenas as pessoas que eu queria. Ora, se nessa sala apenas estavam as pessoas que eu queria, é óbvio que eu as ia cumprimentar! Então o meu ritual até então era, mal iniciava sessão: "Olá! Tudo bem?". E era essa a minha questão praxe a toda a gente. Depois ainda perguntava por novidades e a coisa ía-se mantendo. Confesso que até gostava do simples facto de ver as janelas de todos os meus contactos a flutuar (sim, uma pessoa tão social como eu ainda tem muitas janelas de muitos contactos a flutuar...a evolução do sistema operãtivo é que já não metem aquilo tanto a "flutuar", obviamente...).

Não me vou pôr com "lamechiches" a mais, mas já viram o pormenor de que, com a idade, fui perdendo a ideia de "sala de estar" do messenger? Isto para concluir que, com o evoluir do tempo, a nossa noção da tecnologia como algo extremamente comparável com as coisas do dia-a-dia vai-se modificando. Eu chegava ao messenger e dizia olá a todos os que estavam online, como pessoa "normal" que chega à praça 5 de Outubro e cumprimenta o pessoal conhecido que estava por lá. Agora...bem, agora chego ao messenger, entro, e espero que alguém tenha alguma coisa a falar comigo. Diga-se, assuntos profissionais. Ou, noutras perspectivas, assuntos de elevado gabarito pessoal que devem ser tratado a nível de descargo de consciência ou apenas falar com pessoas com quem apetece implicar (ou porque o Benfica ganhou, ou porque o Benfica ganhou, ou porque o Benfica ganhou ou até, quem sabe, porque o Benfica ganhou).

Eles andem aí! Já os estúpidos que inventaram isto diziam: "Um dia, algum ignorante, universitário ou não, estará em "aparecer como offline" no messenger e a escrever um post no seu blog. Mesmo só porque lhe apetece, até porque ele fala, fala, fala, fala...mas não o veremos a fazer nada!"

É verdade, costumo fazer os posts sentado...

0 comentários:

Enviar um comentário