domingo, 20 de junho de 2010

Ignorante, tens sorte?

Desta vez proponho irmos pelo caminho do destino (se é que ele existe).
Antes de mais, imaginemos o caso de José Saramago, recentemente falecido, que conseguiu, como sabem, o nobel da literatura.
Ele era uma pessoa do campo e calhou os pais decidirem ir para a cidade...teve sorte!
Calhou ele lá ter acesso aos livros e ter uma biblioteca ao pé...teve sorte!

Se formos a ver, tudo aquilo que se passa, que nos guia, que nos faz...é a sorte!
Se calhar eu estou aqui, antes de mais, porque tive a sorte de nenhum dos meus ancestrais remotos ser devorado por um predador, de todos ele terem sobrevivido aos mais perigosos cataclismos a nível ambiental, de ser o espermatozoide escolhido, de ter sido naquele mês...tive a sorte de ter montes de pessoas á volta que me influenciaram, de ter bons professores, etc.

Eu proponho a sorte como Deus! Dígamos, um "monoteísmo sorteado". Uma espécie de poker religioso, uma roleta russa dos santos sortudos. Afinal merecem...se não fosse a sorte que eu tive, não estava aqui!

Se calhar até foi isso que há uns anos fizeram...fizeram o mesmo raciocínio que fiz acima e pensaram "Que sorte tenho por ter vinho!", "Epa, vamos associar a sorte do vinho ao Baco!"; "Que sorte tenho por ter vindo vivo da guerra!", "Sorte vindo da guerra...ora ora bem...Marte!"; "Então olha lá, e se eu tiver sorte no geral?", "Dizes que tens Zeus!"...

A religião é, nesta perspectiva, a personificação da sorte, o baton que os teus lábios nunca viram, a colher que a tua sopa nunca provou! (nunca tão tocantes palavras disse a minha pessoa!)

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